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Resultados da reparação meniscal em 3829 pacientes com um seguimento mínimo de 2 a 5 anos: uma meta-análise sobre a taxa global de insucesso e os fatores que influenciam o mesmo

Revisão realizada por Todd Hargrove info

PONTOS CHAVE

  1. 14,8% das cirurgias de reparação meniscal fracassaram num período de dois a cinco anos.
  2. As taxas de insucesso foram menores nas cirurgias com reparação lateral e reconstrução concomitante do LCA.

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

Os meniscos desempenham um papel essencial na função normal da articulação do joelho em termos de distribuição da carga, proteção da cartilagem, propriocepção e estabilização. A reparação meniscal resulta numa progressão mais lenta da degeneração articular e num menor estreitamento do espaço articular em comparação com a meniscectomia parcial. A preservação do menisco é, por conseguinte, crucial para prevenir a artrose precoce do joelho e a reparação deve ser tentada sempre que possível.

Estudos anteriores sobre a cirurgia de reparação meniscal mostraram uma taxa de insucesso de aproximadamente 19% num período de 2 a 5 anos. No entanto, a investigação inclui técnicas cirúrgicas que estão desatualizadas.

Esta revisão sistemática e meta-análise analisou a taxa de insucesso das cirurgias de reparação meniscal efetuadas nos últimos 20 anos. Também foram analisados os fatores que influenciam o insucesso.

Estudos anteriores sobre a cirurgia de reparação do menisco revelaram uma taxa de insucesso de aproximadamente 19% num prazo de 2 a 5 anos.
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Os pacientes que estão a considerar a cirurgia de reparação meniscal devem ser informados de que, embora as técnicas cirúrgicas para a reparação meniscal tenham melhorado, o insucesso no prazo de cinco anos continua a ser comum.

MÉTODOS

Os autores recolheram 51 estudos entre 2000 e 2021 que relatam resultados de reparação meniscal com um seguimento mínimo de dois anos. Estes estudos foram revistos e analisados para determinar as taxas de insucesso e os fatores associados ao mesmo.

RESULTADOS

  • A taxa de insucesso foi determinada em 14,8%.

  • A taxa de insucesso da reparação do menisco acompanhada de reconstrução do LCA (8,5%) foi inferior à da reparação do menisco sem relato de lesão do LCA (14%).

  • A taxa de insucesso da reparação do menisco lateral (6,1%) foi inferior à da reparação do menisco medial (10,8%).

  • A taxa de insucesso foi mais elevada nas pessoas com mais de 40 anos (17%) do que nas mais jovens (10%), e mais elevada nas mulheres (12%) do que nos homens (10%).

  • Houve pequenas ou nenhumas diferenças nas taxas de insucesso relacionadas com o tipo de procedimento (all inside versus inside-out, etc.)

  • Não houve diferença na taxa de insucesso com base na configuração da laceração (vertical/longitudinal, horizontal ou em forma de balde).

  • Os autores concluíram que o insucesso da cirurgia de reparação meniscal continua a ser comum e que o mecanismo de insucesso, bem como o tempo até ao insucesso, estão mal documentados.

LIMITAÇÕES

Muitos dos estudos eram retrospetivos e os estudos variavam significativamente no que diz respeito à técnica de reparação, tipo de lesão meniscal, características do paciente e tempo de seguimento.

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

A reparação do menisco é uma cirurgia ao joelho que sutura pedaços de cartilagem rasgados no interior da articulação. Pode ser comparada com a meniscectomia parcial, que remove a porção rasgada da cartilagem. Em comparação com a meniscectomia parcial, a reparação meniscal resulta numa progressão mais lenta da degeneração da articulação e num menor estreitamento do espaço articular (1,2).

As cirurgias de reparação meniscal envolvem diferentes variáveis relacionadas com: técnicas artroscópicas (all-inside, inside-out e outside-in); localização da rotura (lateral ou medial); configuração da rotura (vertical, horizontal ou em forma de balde); e a presença de um procedimento concomitante de reconstrução do LCA.

Um estudo recente demonstrou que a taxa de insucesso da cirurgia de reparação meniscal num período de dois a cinco anos era de aproximadamente 19% (3). No entanto, o estudo incluiu muitos ensaios que foram efetuados antes das recentes melhorias das técnicas cirúrgicas. Para além disso, não distinguiu entre diferentes tipos de procedimentos de reparação.

Este estudo procurou atualizar e clarificar a investigação sobre as taxas de insucesso e identificar fatores associados a melhores resultados.

A taxa global de insucesso foi de 14,8%, com a reparação lateral e as cirurgias concomitantes de reparação do LCA a apresentarem taxas de insucesso mais baixas. O insucesso foi mais frequente nas mulheres e nas pessoas com mais de 40 anos. Houve pouca ou nenhuma diferença significativa na taxa de insucesso com base na técnica cirúrgica ou na configuração da rutura.

Com base nestas evidências, os pacientes que estão a considerar a cirurgia de reparação meniscal devem ser informados de que, embora as técnicas cirúrgicas para a reparação meniscal tenham melhorado, o insucesso no prazo de cinco anos continua a ser comum.

+REFERÊNCIAS DE ESTUDO

Schweizer C, Hanreich C, Tscholl PM, Blatter S, Windhager R, Waldstein W (2023) Meniscal Repair Outcome in 3829 Patients With a Minimum Follow-up From 2 Years Up to 5 Years: A Meta-analysis on the Overall Failure Rate and Factors Influencing Failure. The American Journal of Sports Medicine. 2023;0(0).

MATERIAL DE APOIO

  1. Brophy RH, Wright RW, David TS, et al. Association between previ- ous meniscal surgery and the incidence of chondral lesions at revi- sion anterior cruciate ligament reconstruction. Am J Sports Med. 2012;40(4):808-814. doi:10.1177/0363546512437722
  2. Jones MH, Spindler KP, Fleming BC, et al. Meniscus treatment and age associated with narrower radiographic joint space width 2-3 years after ACL reconstruction: data from the MOON onsite cohort. Osteo- arthritis Cartilage. 2015;23(4):581-588. doi:10.1016/j.joca.2014.12.018
  3. Schweizer C, Hanreich C, Tscholl PM, et al. Nineteen percent of meniscus repairs are being revised and failures frequently occur after the second postoperative year: a systematic review and meta- analysis with a minimum follow-up of 5 years. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2022;30(7):2267-2276. doi:10.1007/s00167- 021-06770-x