- A minha Biblioteca
- 2025 Edições
- Edição 33
- Serão 9 meses o período de…
Serão 9 meses o período de tempo ideal para os atletas do sexo masculino regressarem à atividade desportiva após a reconstrução do ligamento cruzado anterior?
PONTOS CHAVE
- Muitos clínicos continuam a utilizar o tempo como um fator importante na decisão de regresso à atividade desportiva após cirurgia ao LCA, no entanto, os dados sobre o tempo permanecem inconclusivos.
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Ao longo dos últimos 40 anos, a reabilitação após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) evoluiu de protocolos básicos de exercício e prazos pré-determinados para um processo individualizado, progressivo e, em última análise, específico para o desporto no regresso à atividade desportiva (RAD) (1). O prazo mínimo universalmente aceite para o RAD costumava ser de cerca de seis meses, contudo, estudos mais recentes da última década indicam que esperar nove meses pode reduzir significativamente o risco de nova lesão (2,3).
Muitas das abordagens baseadas em critérios para o regresso à atividade desportiva (RAD) envolvem a medição do índice de simetria dos membros (ISM) em testes de salto e força. Apesar da utilidade da avaliação do desempenho funcional como guia na reabilitação, o ISM demonstrou um sucesso limitado na redução do risco de uma segunda lesão, o que realça a complexidade do processo de tomada de decisão no RAD (4,5).
Muitos estudos recentes sobre o RAD após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) não controlaram adequadamente a adesão e os testes de desempenho no momento do RAD, enquanto outros demonstraram uma associação mínima entre o tempo de RAD e a ocorrência de uma segunda lesão (6). Os autores deste estudo procuraram explorar a associação entre o tempo até RAD em atletas do sexo masculino que praticam desportos com mudanças de direção, dois anos após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA), juntamente com outros fatores influentes, incluindo a adesão à reabilitação e eventuais complicações.
O impacto da utilização de critérios de alta continua pouco claro — um elevado índice de simetria dos membros não garante que o atleta evitará futuras lesões e aguardar um determinado período de tempo não é, por si só, uma estratégia viável.
MÉTODOS
- Este estudo observacional prospetivo recrutou atletas masculinos recreativos (n = 310) e de competição (n = 220) nas modalidades de futebol, basquetebol, andebol, desportos de raquete e esqui alpino, ao longo de um período de recolha de cinco anos.