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- Edição 36
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As expetativas sobre os benefícios do exercício, e não da cirurgia, estão associadas à dor futura e à função física em pacientes com dor lombar inespecífica
PONTOS CHAVE
- Os pacientes com grandes expetativas de que o exercício ajudaria na sua dor lombar apresentaram resultados significativamente melhores tanto na interferência da dor como na função física, às seis semanas e aos seis meses.
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
As expetativas dos pacientes são moldadas pelas interações com os profissionais de saúde e com o sistema de saúde em geral, podendo influenciar significativamente a satisfação e os resultados do tratamento (1). O grau em que essas expetativas são cumpridas determina frequentemente a satisfação do paciente (2). No contexto da dor lombar (LBP - low back pain), uma condição prevalente a nível global com resultados a longo prazo persistentemente modestos, os fatores psicossociais, como crenças e expetativas, são cada vez mais reconhecidos como influências-chave. Apesar dos avanços médicos, os resultados para a LBP mudaram muito pouco nas últimas décadas, provavelmente devido à natureza heterogénea desta condição (3,4).
O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre as expetativas em relação às intervenções cirúrgicas e de exercício e os resultados ao longo do tempo numa coorte de pacientes a receber cuidados não farmacológicos para LBP.
Educar os pacientes sobre os benefícios do exercício e abordar ideias erradas ou medos pode não só melhorar o envolvimento, como também aumentar a eficácia global dos planos de tratamento não cirúrgico.
MÉTODOS
Esta foi uma análise secundária utilizando uma coorte prospetiva de 629 participantes, derivada de três ensaios clínicos randomizados (RCTs - randomized clinical trials) distintos. Os RCTs utilizados são três estudos sobre tratamentos não farmacológicos para dor lombar, realizados no Sistema