Palavras que magoam: um inquérito qualitativo sobre as perspetivas de profissionais de saúde da dor acerca de mensagens prejudiciais na dor crónica

Revisão realizada por Dr Jarod Hall info

PONTOS CHAVE

  1. A linguagem utilizada pelos profissionais de saúde e as mensagens que os pacientes recebem do sistema de saúde podem ser benéficas ou prejudiciais para a perceção da sua condição e para a experiência de recuperação.
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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

Pessoas com dor crónica frequentemente relatam experiências negativas nos serviços de saúde. Investigações sobre as atitudes de profissionais de saúde e da população em geral confirmam que a dor sem uma causa médica visível (dor primária crónica) tende a ser desvalorizada quanto à sua validade e gravidade (1,2). A literatura sobre invalidação da dor explora como esta pode ser alvo de descrença, falta de compaixão, incompreensão e estigma (3).

Por outro lado, a validação da dor por parte do profissional de saúde e explicações baseadas na Educação em Neurociência da Dor (PNE, em inglês Pain Neuroscience Education) estão associadas a melhorias na dor, incapacidade e medo do movimento (4). Contudo, os efeitos negativos também são comuns: sentir-se invalidado pelo profissional de saúde está associado a maior depressão, vergonha e solidão (5). O estigma consistentemente associado à dor crónica contribui para maior intensidade da dor, incapacidade e depressão.

Até à data, nenhum estudo explorou quais são, na perspetiva dos profissionais de saúde, as mensagens mais prejudiciais recebidas ou percebidas pelos seus doentes. Assim, o presente estudo teve como objetivo inquirir especialistas em dor para identificar e compreender quais as mensagens clínicas pouco úteis que os seus pacientes experienciam.

A literatura sobre invalidação da dor mostra que a dor crónica pode ser alvo de descrença, falta de compaixão, incompreensão e estigma.
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Explicações claras e personalizadas, idealmente recorrendo a metáforas adaptadas ao paciente, podem ajudar a reduzir a catastrofização e apoiar a atividade graduada, enquanto o uso de calão, falta de clareza e minimização tendem a ter efeitos adversos.

MÉTODOS

O estudo recorreu a um inquérito qualitativo transversal online para recolher descrições, por parte dos profissionais de saúde, das mensagens relacionadas com a dor consideradas prejudiciais que os seus pacientes trazem para a consulta. Os autores adotaram uma perspetiva crítico-realista

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