Dicas clínicas para avaliar lesões no punho em atletas

Quando se trata de avaliar atletas, o punho é uma das articulações mais desafiantes devido à sua complexidade e às exigências impostas por desportos de elevada força, como a ginástica ou os lançamentos repetitivos. Um diagnóstico preciso e uma reabilitação eficaz dependem da compreensão da biomecânica e da capacidade funcional do punho. O fisioterapeuta especialista Ian Gatt partilha contributos valiosos no seu mais recente Curso Prático, onde apresenta estratégias-chave para a avaliação de lesões no punho. Neste artigo, vamos descomplicar essas estratégias, ajudando-o a aprimorar as suas competências clínicas e a reforçar a sua abordagem às avaliações do punho. Preparado para melhorar a sua prática? Vamos a isso!

Se quiser ver exatamente como o fisioterapeuta Ian Gatt avalia lesões no punho, assista ao seu Curso Prático completo AQUI. Com os Cursos Práticos, pode observar detalhadamente como os melhores especialistas avaliam e tratam condições específicas — para que se torne um clínico mais competente, mais rapidamente. Saiba mais aqui.

Compreender a narrativa do paciente

Ian sublinha a importância fundamental de compreender a história do atleta. A lesão do punho é aguda ou crónica? Já aconteceu anteriormente? Que tratamentos foram realizados? Conhecer o desporto do atleta e os eventos futuros — como competições próximas — também influencia a personalização do tratamento. A abordagem de Ian assenta na equação “prognóstico = diagnóstico + função”, garantindo que a sua avaliação não se resume a identificar a lesão, mas também a alinhar a recuperação com a função atual do atleta e os seus objetivos pessoais.

Avaliação objetiva

Avaliar a função e a tolerância à carga

Ian começa por avaliar a capacidade do punho de suportar carga. Para isso, utiliza diversos equipamentos. Com um dinamómetro de preensão manual, avalia a força de preensão e os sintomas com o cotovelo estendido, para evitar influenciar outras estruturas. Dá ainda ênfase à utilidade de avaliar a força e resistência da preensão em pinça do polegar, especialmente em casos mais crónicos — para tal, utiliza um dinamómetro de preensão em pinça e discos de peso; medir o tempo que o paciente consegue segurar os discos é uma excelente forma de avaliar a resistência e a tolerância à carga do polegar.

Para atletas que sentem dor ao carregar em extensão (por exemplo, ginastas ou jogadores de râguebi), Ian demonstra uma excelente avaliação quantitativa da tolerância à carga em extensão, utilizando uma balança. Veja o vídeo abaixo retirado do Curso Prático de Ian:

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Adicionalmente, Ian apresenta as suas estratégias para avaliar a força dos músculos extensores do punho, com especial enfoque no Extensor Radial Longo e Curto do Carpo (Extensor Carpi Radialis Longus e Brevis), uma vez que estes músculos desempenham frequentemente um papel fundamental na estabilização do punho. As avaliações principais utilizadas por Ian incluem:

• Curl invertido com haltere (máximo de uma repetição sem dor e sem compensações);
• Movimento de “soco lento” com haltere (máximo de uma repetição sem dor).

Observação

A observação é um passo simples, mas crucial no processo de avaliação. Sinais como sulcos anatómicos evidentes (guttering) ou atrofia da eminência tenar podem fornecer pistas importantes para um diagnóstico preciso. Movimentos simples, como pedir ao paciente que feche o punho, podem revelar informações valiosas sobre o estado funcional do punho e da mão. Esta observação inicial permite identificar alterações relevantes e orientar o exame físico mais aprofundado.

Avaliação da Amplitude de Movimento (ADM) e palpação

Ian simplifica a avaliação da amplitude de movimento do punho utilizando uma aplicação móvel com inclinómetro. Dá especial importância à medição da ADM tanto com a mão aberta como fechada, para distinguir entre restrições articulares e restrições de tecidos moles. Esta abordagem oferece uma visão abrangente da função do punho e ajuda a identificar áreas que necessitam de maior atenção. Veja abaixo Ian a explicar este processo enquanto mede a ADM de flexão do punho, num excerto do seu Curso Prático:

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Embora Ian demonstre a palpação do punho, salienta que, frequentemente, evita palpar o punho do paciente, especialmente nos casos mais crónicos e complexos, que já podem ter sido avaliados por diversos profissionais de saúde anteriormente. Esta abordagem visa evitar provocar sintomas desnecessários e respeitar a sensibilidade do doente, focando-se antes numa avaliação funcional e global.

Testes especiais

A região ulnar do punho constitui frequentemente um desafio diagnóstico. Ian explica como identificar alterações no Complexo Fibrocartilaginoso Triangular (TFCC), no Ligamento Colateral Ulnar, na articulação radioulnar distal e no Extensor Ulnar do Carpo (Extensor Carpi Ulnaris – ECU). Destaca que uma dor tipo tendinopatia na zona do ECU pode, por vezes, indicar um problema de instabilidade subjacente, o que o leva a aprofundar a avaliação antes de definir o plano de tratamento. A subluxação do ECU é outro aspeto a ter em atenção — Ian compara-a à subluxação dos tendões peroneais no membro inferior, identificando-a como uma causa potencial de dor e disfunção no lado ulnar do punho. Este é um sinal importante a observar durante a avaliação de lesões no punho!

Aqui está algo que todos os fisioterapeutas vão querer saber — para uma avaliação rápida e fiável de fratura do escafoide, Ian apresenta um conjunto de três testes. Veja-o demonstrar este grupo de testes no vídeo extraído do seu Curso Prático:

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Conclusão

O Curso Prático de Ian está repleto de insights valiosos — desde a avaliação da amplitude de movimento (ADM) até à análise da tolerância dos tecidos à carga. Quer sejas um clínico experiente ou estejas a iniciar a tua carreira, este curso irá transformar a forma como abordas lesões do punho em atletas. Compreender o diagnóstico e a função é o primeiro passo — e um passo crucial — para colocar os atletas no caminho da recuperação!

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