Treino de força de alta vs baixa intensidade na osteoartrose do joelho
Um estudo recente teve como objetivo comparar o efeito do treino de força de alta intensidade versus baixa intensidade em pessoas com osteoartrose do joelho.
Este trabalho foi analisado na edição mais recente das nossas Research Reviews – onde especialistas da área desconstroem os estudos mais atuais e clinicamente relevantes, para aplicação imediata na prática clínica.
O que vai ler abaixo é um excerto dessa revisão.
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Vamos ao estudo!
TÍTULO DO ESTUDO: Efeito do treino de força de alta intensidade na dor do joelho e nas forças compressivas da articulação do joelho em adultos com osteoartrose do joelho: o ensaio clínico randomizado START – Messier et al. (2021)
Pontos-chave do estudo
- O treino de força de alta intensidade para osteoartrose (OA) do joelho não foi superior ao treino de baixa intensidade ou à participação em workshops de saúde geral.
- Diferentes intervenções podem ser eficazes na OA do joelho, devendo ser escolhidas com base nas necessidades e preferências específicas do cliente.
Enquadramento e Objetivo
A osteoartrose do joelho (OA) é uma das principais causas de incapacidade. Estudos prévios demonstraram que o treino de resistência é eficaz na redução da dor, mas permanece a dúvida sobre qual o nível de intensidade ideal.
Este estudo procurou determinar se o treino de força de alta intensidade reduziria a dor no joelho e as forças compressivas na articulação do joelho de forma mais eficaz do que o treino de baixa intensidade ou a participação em workshops de saúde geral.
Métodos
O estudo incluiu 377 adultos com osteoartrose do joelho leve a moderada, todos com mais de 50 anos e sem prática de treino de força nos seis meses anteriores. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente por três grupos: treino de alta intensidade, treino de baixa intensidade, workshop de saúde geral (grupo de controlo por atenção).
Tanto o grupo de alta intensidade como o de baixa intensidade realizaram 3 sessões por semana durante 18 meses. Cada grupo executou 6 exercícios para os membros inferiores. O grupo de alta intensidade progrediu de 3 séries de 8 repetições a 75% de 1RM para 3 séries de 6 repetições a 90% de 1RM. O grupo de baixa intensidade realizou 3 séries de 15 repetições a 30%–40% de 1RM. O grupo de “controlo por atenção” participou num workshop de saúde geral em grupo duas vezes por semana durante 6 meses e, depois, uma vez por semana durante 12 meses.
Os dois desfechos primários foram a dor no joelho autorreportada e a força compressiva máxima da articulação do joelho durante a marcha.
Resultados
- Não houve diferença significativa na dor no joelho ou nas forças de compressão do joelho durante a caminhada entre os três grupos aos 18 meses.
- A grande maioria dos desfechos secundários também não mostrou diferenças significativas entre os três grupos.
Limitações
- O grupo de controlo de atenção reduziu a dor em 33%. Isso pode explicar por que não houve diferença significativa entre os três grupos.
- Os participantes eram geralmente brancos, homens e obesos; portanto, os resultados podem não ser generalizáveis para outros perfis de pacientes.
Implicações Clínicas
Pesquisas anteriores sobre OA do joelho mostraram que o treino de força reduz a dor, melhora o bem-estar e pode aumentar a capacidade de absorção de impacto durante a caminhada. O que, no entanto, não tinha sido bem estudado antes deste ensaio clínico randomizado era se o treino de força de alta intensidade poderia proporcionar mais alívio da dor do que o treino de baixa intensidade.
Este estudo mostra que tanto o treino de força de alta quanto de baixa intensidade podem ser eficazes para pessoas com OA do joelho. Isso apoia a visão de que um elemento-chave no tratamento da dor musculoesquelética muitas vezes não são os detalhes exatos da intervenção, mas sim o compromisso do paciente com um plano de ação que envolva apoio de profissionais de saúde.
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