5 Métodos de Gestão da Osteoartrose da Anca

6 - minutos de leitura Publicado em Anca/Virilha
Escrito por Ashish Dev Gera info

É altura de trazer a osteoartrose da anca para a ribalta. É um facto que a maior parte da literatura científica, até à data, tem estado focada na osteoartrose do joelho, ou em quem sofra de OA da anca e do joelho. Consequentemente, os resultados destes estudos têm, na maioria das vezes, sido generalizados aos que sofrem de osteoartrose da anca. (1)

O objetivo deste blogue é informar os leitores que a Physio Network, através das suas revisões de investigação mensais, tem tentado trazer a OA da anca para a vanguarda, de forma a ser gerida eficazmente. As OA da anca e do joelho são responsáveis por uma enorme sobrecarga económica para a sociedade, de acordo com o estudo Global Burden of Disease. (2)

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Aqui estão 5 dicas que certamente irão ajudar:

 

1. Atenção às diferenças subtis

Em 2019, estimou-se que 3,20 milhões de australianos tinham osteoartrose, sendo o aumento da prevalência de OA da anca (+171%) superior ao do joelho (+126%) e da mão (+110%) de 1990-2019, sugerindo que o OA da anca não está a ser gerida de forma eficaz (3).

Há alguma diferença entre a OA da anca e do joelho? Possivelmente.

Uma revisão, na Revisões de Pesquisa da Physio Network, tem como objetivo destacar as diferenças entre a OA da anca e do joelho no que diz respeito à prevalência, prognóstico, epigenética, fisiopatologia, fatores anatómicos e biomecânicos, apresentação clínica, dor, recomendações de prática clínica e diretrizes clínicas. A revisão descobriu que certos fatores de prognóstico como a idade, obesidade, e desalinhamento são fatores de risco para a OA do joelho, mas não para a OA da anca.

Outra descoberta marcante desta revisão foram as diferenças potenciais nos processos inflamatórios envolvidos na OA da anca e do joelho, que podem ser determinantes na elaboração do plano de intervenção específico para estas articulações. Com uma duração mais curta dos sintomas e uma amplitude de movimento limitada, a OA da anca pode ter uma apresentação ligeiramente diferente da OA do joelho, informando potencialmente o sucesso dos planos de intervenção realizados.

 

2. Comunicar e educar

Uma quantidade significativa de literatura sugere que o exercício físico é uma parte crucial do tratamento de base para pessoas com OA da anca. (4) Contudo, uma revisão, na Revisões de Pesquisa da Physio Network, sugere que as razões pelas quais o exercício parece ser benéfico na OA da anca são complexas e multifatoriais. É importante informar os benefícios do exercício às pessoas com OA da anca, salientando ao mesmo tempo que apenas exercício não é remédio para a osteoartrose. Discutir o conceito de gestão de carga e modificação da atividade ajuda muito a manter o paciente fisicamente ativo.

 

3. Gerir as crises de dor

Uma revisão, na Revisões de Pesquisa da Physio Network, sugere que a terapia manual pode ser considerada, em complemento com o exercício, para a gestão dos surtos de dor, a curto prazo. No entanto, manter a abordagem da terapia manual a longo prazo pode não ter qualquer utilidade adicional. Este conhecimento torna-se fundamental na comunicação e armamento do paciente acerca das vantagens potenciais em realizar terapia manual em conjunto com o exercício. A adição de terapia manual não parece ter qualquer impacto na função em nenhum momento!

 

4. Compreender os objetivos e prescrever a quantidade adequada

Uma revisão, na Revisões de Pesquisa da Physio Network, sublinhou a importância de um treino de força, realizado de forma adequada, com uma intensidade que provoque fadiga após 12 repetições. Recomenda-se 5 exercícios aeróbicos moderados a elevados, 5 vezes/semana, juntamente com o fortalecimento dos principais grupos musculares, 3 vezes/semana. O treino de força também mostra ser promissor para a OA da anca. Além disso, a revisão afirmou que os pacientes submetidos a substituição total da anca podem beneficiar de exercício e educação ministrada pré-operatória.

Portanto, deve-se compreender os objetivos do paciente e prepará-los em conformidade. Compreender para onde querem ir e levá-los lá, não temendo o exercício, mas promovendo-o.

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5. Assegurar que fazem os exercícios

Não é raro ver pacientes não aderirem ao seu programa de exercício devido à dor, cinesiofobia, crenças sem fundamento sobre os benefícios do exercício, falta de recursos e apoio social. É o nosso trabalho, como fisioterapeutas, identificar as barreiras à aderência ao exercício. Uma revisão, na Revisões de Pesquisa da Physio Network, dá algumas indicações valiosas, como a incorporação de uma sessão de reforço para melhorar a aderência. Além disso, o reforço e feedback positivos são considerados abordagens de exercício centrada na pessoa e com uma classificação comportamental. Finalmente, a utilização de um “diário de exercício” e de um “contrato de tratamento” pode revelar-se uma estratégia benéfica para melhorar a aderência do paciente.

Envolvimento

Em resumo, é indispensável compreender as diferenças subtis entre a OA da anca e do joelho, a fim de prescrever planos de reabilitação eficientes. A educação ao paciente, juntamente com uma comunicação honesta, relativamente aos efeitos do exercício, são a chave para gerir a OA da anca. A manutenção de uma dose de treino adequada e a gestão das crises de dor podem ajudar o paciente a atingir os seus objetivos com segurança. Por último, mas não menos importante, os exercícios só são bons se o paciente os estiver a fazer. As estratégias para melhorar a qualidade de vida e a função, na OA da anca, devem incluir a identificação das barreiras ao tratamento, e a remoção das mesmas para promover aderência ao exercício.

Se estiver interessado em saber mais sobre como implementar a investigação da OA na prática clínica, então consulte a Revisões de Pesquisa da Physio Network.

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Referências

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